domingo, 30 de setembro de 2007

Plabo Neruda/Ausência




AUSÊNCIA
Mal, amor, te deixei,
vais em mim, cristalina
ou toda trêmula,
ou inquieta, ferida por mim mesmo
ou plena de amor,
como quando os teus olhos
se fecham sobre o dom da vida
que sem cessar te entrego.
Amor meu,
nós dois nos encontramos
sedentos e bebemos
toda a água, todo o sangue,
nos encontramos com fome
e nos mordemos
como o fogo morde,
abrindo-nos feridas.
Porém, espera-me,
guarda-me tua doçura.
Eu te darei também
uma rosa.
Pablo Neruda

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